Resumo:
O Assentamento Margarida Maria Alves vinha produzindo algodão nos moldes tradicionais de produção familiar, com a utilização de agrotóxicos para a eliminação de pragas e doenças nos cultivos agrícolas. A partir do ano de 2006, cerca de três agricultores familiares, começaram um processo de transição agroecológica, trabalho que incentivou aos demais a produzirem sem veneno, a partir da mudança na dinâmica da produção tradicional. O processo de transição agroecológico no Assentamento se deu através de uma visita de intercâmbio no Assentamento Queimadas, localizado no município de Remígio – PB, no qual, um agricultor familiar chamado Zé de Sinésio, através da experiência em seu lote, observando um pé de algodão mocó (G. hirsutum L, r marie galante Hutch), observou como a praga do bicudo se comportava nas diferentes épocas do ano, no verão (estação seca) e no inverno (estação chuvosa) da região. A experiência do agricultor Zé de Sinésio foi catalogada e evidenciada no ano de 2005, através do projeto “Escola Participativa do Algodão”, desenvolvido pela Embrapa Algodão em parceria com a ONG ARRIBAÇÃ, com isso, se inicia um processo de transição Agroecológica no Assentamento, iniciado por conta da divulgação do trabalho o saber e saber fazer, utilizando a comunicação oral (“boca a boca”) entre os agricultores, outras comunidades se interessaram pela experiência, fazendo com que a dinâmica do processo de transição agroecológica se perpetuasse por várias regiões. Desta forma, o objetivo deste trabalho é estudar o processo de transição agroecológica no cultivo de algodão no Assentamento Margarida Maria Alves I. A metodologia utilizada foi de uma pesquisa descritiva que foi observada os fatos acontecidos, os registros das atividades feitas, as análises, as classificações dadas e suas interpretações. As análises foram feitas de forma qualiquantitativa, submetido a uma estatística descritiva que será representada em forma de gráficos, fotografias e descrição das pesquisas feitas pelos agricultores. Os resultados da pesquisa apresentam informações sobre a formação do assentamento em que explica como foi o processo de luta pela terra, apresenta um modelo de associativismo modelo presente no assentamento trazendo ressalvas de como esse processo engrandece a associação principalmente através do trabalho coletivo, como resultado da pesquisa mostra que a maioria dos agricultores começou o processo de transição agroecológica no ano de 2007, apresenta como está sendo trabalhadas as culturas em processo de transição agroecológica em seus tratos culturas, desde a época de plantio até o momento de comercialização, é discutido também as principais dificuldades enfrentadas no assentamento e os avanços que obtiveram durante todo o processo de transição agroecológica.