Abstract:
Este artigo traz uma reflexão sobre a temática negritude e faz referência à organização dos currículos escolares em espaços quilombolas. Apesar da constatação do maior acesso aos direitos dos negros, percebe-se qu e as marcas do pensamento hegemônico do colonizador ainda aparecem acentuadas nas formas em que as escolas de maioria negra organizam-se, mesmo após seus autores/atores participarem de cursos de formação financiados pela SEPPIR/FNDE. Para entender esta realidade, desenvolvemos uma pesquisa com o intuito de identificar as representações sociais que docentes atuantes em uma comunidade quilombola têm sobre a negritude, a fim de avaliar os impactos provocados pelo curso de formação nos significados da negritude e, portanto, de nortear as práticas. É uma pesquisa qualitativa, e a coleta de dados é feita através de entrevista semiestruturada, de mapas mentais e de observações participantes. Os respaldos teóricos fornecem subsídios para a investigação e, por isso, é necessário apresentá-los como contribuições para a ampliação do debate sobre as relações raciais ainda presentes em territórios, como o semiárido baiano, e as suas ressonâncias nas formas de trabalhar a negritude em espaços formativos de maioria negra.