Resumen:
Coleções biológicas são os maiores repositórios da biodiversidade mundial. Além
disso, elas compõem a infraestrutura básica para o desenvolvimento científico e inovação
tecnológica nas áreas de saúde, agricultura, biodiversidade, meio ambiente e indústria
(Kury et al. 2006). Estes acervos têm por finalidade atestar a riqueza biológica das diversas
regiões do mundo e dar identidades nomenclaturais para os diferentes grupos de
organismos; servem como base de informação cientíca e guardam a memória de conceitos
morfológicos e taxonômicos, além do modo como vêm sendo modificados ao longo do
tempo. Dessa forma, o conhecimento gerado a partir desses acervos auxilia as tomadas de
decisão políticas que visam a conservação e preservação dos recursos naturais (ver em
Lughadha 2004, Kury et al. 2006).
O conjunto de informações acerca do conhecimento sobre as espécies vegetais é
reunido nas coleções botânicas. Elas são repositórios permanentes de espécimes de plantas
e fungos, ou parte destes, que são cienticamente identificados e tecnicamente preservados in natura, desidratados ou em soluções líquidas nos herbários, congelados em bancos
genéticos ou mantidos em coleções vivas (hortos, jardins botânicos ou coleções de grupos
especícos, como cactários, bromeliários, orquidários, entre outros). As coleções botânicas
são criadas e mantidas a partir de material obtido através de excursões de coleta, doações
ou intercâmbios de exemplares entre instituições ou pessoas.
O Cactário Guimarães Duque (CAGD) foi criado em 2014, no Instituto Nacional do
Semiárido (INSA), com o objetivo de catalogar espécies de Cactaceae ocorrentes no
Semiárido brasileiro (SAB) e tornar público esse conhecimento botânico. Representa uma
coleção botânica de suculentas, principalmente cactáceas, e conta hoje com um grande
acervo cientíco de espécies nativas e exóticas desse grupo de plantas. A estrutura criada
para exposição permanente recebe visitantes interessados em conhecer as plantas. Essas
visitas são previamente agendadas através do portal do INSA e guiadas por um botânico,
ecólogo ou outro profissional com conhecimento técnico sobre os cactos, que esclarece as
dúvidas e apresenta algumas curiosidades sobre as espécies expostas.
O Cactário atualmente, vai além da catalogação de espécies de cactos do SAB (ver em
Gomes et al. 2020). Além da parte expositiva, possui uma ampla coleção cientíca de
espécies da família Cactaceae, a partir da qual são realizadas pesquisas em diversas áreas
como taxonomia, citogenética, ecologia, biologia molecular, fitotecnia, biotecnologia, entre
outras.
A obra “Flores do Cactário Guimarães Duque” se constitui numa ferramenta de
apresentação da coleção e um guia para visitantes interessados em contemplar a beleza das
flores que essas suculentas oferecem. Com base nas informações sobre o período de floração
de cada espécie na coleção, é possível ao visitante planejar quais ores irá contemplar na
data da sua visita.